segunda-feira, 30 de maio de 2016

MARTELO

Observo muito as pessoas. Este é o meu mal, dizem as pessoas que me conhecem bem. Mas acredito piamente que este é o meu bem...

Já vivi um bom pedaço da vida. Acho até que a metade. Nesta meia caminhada, sempre observei muito o ser humano.
Desde que me entendo por gente. Ali  desde os quatro.

Comecei observando minha mãe, suas tarefas corriqueiras, seu temperamento nervoso nos afazeres, seu dinamismo. Seu amor também.

Observava muito minha irmã mais velha, acima de mim. Aliás, quem não a observaria? Ela abria o berreiro que fazia todos olharem para ela, seja de que modo fosse.

Depois, após nossa mudança para a cidade, comecei a observar meus tios paternos. Estes tios queridos e minha avó que tanto nos ajudaram.

Deles trouxe muito carinho e respeito. Ah, observei também os  tios desatentos e aqueles dissimulados.
Mas enfim, continuei a observar durante muitos e muitos anos.

Minha percepção me enganou algumas vezes. Não muitas. Isto até me alegra, ou deixa triste porque confirma o que via de ruim em algumas pessoas. Mas alegra pelo que havia de bom e que deduzi.

Na minha maturidade tenho observado algumas modalidades de comportamento do ser humano.
Estas observações me fazem perguntar: “Será que estou vendo coisas?” não pode ser!
O que são estas coisas? Verdades que estão na cara, o obvio e as pessoas não vêem ou não querem ver.

Nunca quis ser a dona da verdade, mas após a “meia caminhada” da vida que percorri e alguns anos de terapia, acredito que me atestem um pouco a razão.

Fico triste  quando vejo este ser humano que normalmente é próximo a mim tendo estas rejeições tão  óbvias, deixando a vida passar sem mais aquela. Aí meu instinto é dizer a “verdade”.

Sobre enxergar algo que o outro supostamente não vê, enfim nestes últimos dias decidi não dizer nada. Ah!!, penso: “Não sou psicóloga, psiquiatra, terapeuta, nem Madre Tereza , nem nada! Para quê eu vou querer me indispor, mesmo dizendo o que penso, muitas das vezes no maior carinho?


Descobri que existe um tipo de pessoa que te “bate” para você reagir e aí "bater" de volta, apontando tudo o que ela precisa ouvir. Definitivamente, não quero ser o martelo de ninguém.